Regresso às aulas com falta de manuais 00h08m - Diário de Notícias
As aulas já começaram, mas ainda há milhares de livros, encomendados há muito tempo, por entregar. A espera está a deixar os pais preocupados e as editoras do grupo Leya são os maiores alvos das críticas. "Temos recebido muitas reclamações por causa dos atrasos na entrega dos manuais escolares, principalmente os editados pela Texto Editora", relatou ao JN o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), Albino Almeida. Para o dirigente, esta é uma situação "muito grave e complicada" que "está a causar problemas a alunos, professores e pais e que se está agrava à medida que o tempo passa". Por isso, está ver "a situação com muita apreensão e verá com uma extrema preocupação se os manuais não chegarem até à próxima semana".
Em muitas livrarias os pais desesperam nas filas a ver se as encomendas já chegaram Também quem optou por comprar os livros através da Internet espera. O site Webboom, que teve mais de 25 mil encomendas, está a enviar um e-mail aos clientes a reconhecer que "continuam a verificar-se problemas no abastecimento do mercado de alguns manuais escolares, nomeadamente das editoras ASA e Texto Editores".
A mensagem refere, ainda, que "a Webboom tem conhecimento que esta situação tem origem em falhas ao nível da produção gráfica, causando atrasos substanciais na impressão e disponibilização dos manuais para o mercado".
O responsável pela comunicação do Grupo Leya - que controla a Texto Editora e a ASA -, José Menezes, nega problemas com a produção e afirma que os atrasos "são normais neste período do ano e que se devem maioritariamente a questões ligadas à distribuição". Segundo o porta-voz, a distribuição via os dois Auto-serviços que o Grupo possui tem funcionado "sem problemas" mas que a distribuição via CTT obedece a alguns critérios na forma e ordem de expedição que podem originar alguma demora na entrega, mas salienta que não tem conhecimento de esperas fora do normal. Todavia, no site da Leya recomenda-se aos clientes que "se desloquem aos Auto-Serviços", que viram o seu horário de funcionamento alargado, para uma maior brevidade na entrega, por causa de um "aumento muito significativo do número de encomendas efectuadas no canal on-line".
O porta-voz da Comissão do Livro Escolar da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Paulo Gonçalves, revela que tem conhecimento de que "algumas editoras - que não da APEL - estão com alguns problemas" mas acredita que "esses problemas estão a ser resolvidos". E esclarece que "no final de Agosto, 95% dos manuais da APEL já tinham sido entregues e poucos dias depois chegou-se aos 100%, estando o mercado totalmente abastecido".